
Sabe quando a indústria cinematográfica não tem mais nada para inventar e decide pegar filmes relativamente bons e estabelecer continuações somente por fazer, se aproveitando da fama do anterior para movimentar público? Pois é, "Efeito Borboleta 2" seguiu essa linha e não passa de uma ofensa ao filme original. Uma verdadeira pérola cinematográfica que não vale um centavo do que o público paga para assisti-la. A velha tradição hollywoodiana de aproveitar uma idéia que deu certo e transformá-la em receita para continuações idênticas onde mudam apenas os nomes dos personagens e alguns detalhes da história, ainda é constante.
Amigos sabem o quanto o filme ORIGINAL é especial para mim. Simplesmente por ser maravilhosamente dirigido, ter efeitos de montagem geniais e um roteiro raro, incomum e completíssimo.
Uma ofensa, uma ofensa, uma ofensa.
O diretor John Leonetti (aquele do lixo "Mortal Kombat: Aniquilação") não consegue nada mais do que qualquer pessoa com uma câmera consegue fazer. Na realidade, ele conseguiu a proeza de deixar o filme superficial e sem uma cronologia apurada, como Eric Bress e J. Mackye Grubber conseguiram. Além de não saber fazer as cenas renderem bons planos, os efeitos visuais são completamente amadores, e sua direção mostra o quanto precisa aprender. Claro, é apenas seu segundo trabalho... e espero que último, até aprender algo que possa ser bem-aproveitado em alguma outra película. Sem falar nos erros seqüenciais, que se revelam meros causadores de dor àqueles mais atentos. É impressionante a pouca preocupação com os detalhes, cometendo muitas gafes imperdoáveis, refletidas até na montagem das cenas. Como se não bastasse tudo isso, ainda não tem o mínimo feeling ao lidar com o elenco, cujos atores parecem meros robôs em standby, esperando um click para funcionarem. Eric Lively e Erica Durance, o casal deste filme, são postos em situações extremamente artificiais e nem o possível talento que eles têm embutido se sobressaiu ao script.
Definitivamente amador. Fiquei "injuriada".
Reconheço que não estudo cinema. É preciso ter respaldo para conceituar e argumentar tecnicamente um filme. No entanto, basta estar diante da exibição dessa película para ter a sensação de que o projeto deste filme foi decidido assim: "peguem o primeiro, inventem algo parecido, mas mudem os personagens pelo menos, usando um tema mais adulto e clichê. Coloquem bastante sexo e atores bonitos e usem esse dinheiro, e nem precisa se preocupar com qualidade, não. Sabemos que o público vai se interessar, já que conseguimos roubar o nome de 'Efeito Borboleta', então só o nome basta para nós". É a única coisa que consigo imaginar, já que o filme não tem compromisso nenhum em manter a qualidade do anterior.
Os americanos tanto sabiam disso que enviaram o longa direto para as locadoras, mas como bons brasileiros que não desistem nunca, jogamos nas salas de projeção de todo o país para ser mais um caça-níquel, como se não bastasse todas as porcarias que temos em cartaz.
Ressalva: Talvez esse tenha sido o motivo pelo qual toda a equipe técnica da primeira versão tenha abandonado o projeto, já que viram o risco que correriam ao assinar tal película. Lembrem-se que nem diretor, nem elenco e nem equipe de produção do filme original envolveram-se com esta lástima. Eles devem se sentir tão ofendidos quanto eu. Ou mais.