15 de ago. de 2007

A Companheira

(de Thiago Hiller)

Amiga do peito, reconheça,
Não te acho em qualquer esquina
Nalgum canto em minha cabeça
Brincando serelepe me fascina

Em dias maus, é como criança
Ri e joga tinta na parede,
Não deixa nada parar a dança
Enche de peixe a nossa rede

Gosto do seu jeito tagarela,
Parece atriz de novela...
... mexicana... (pausa para rir)
Animada e sempre contente,
Reclama e também é inteligente.

Não tem medo, vai à luta,
Se preciso, pede ajuda.
Vai em frente, é corajosa,
Mais que isso, é carinhosa.

Não sei como explicar,
O que é isso em seu olhar,
É lindo pra burro
É cantiga de ninar.

Você pode tudo,
Basta buscar.
Deus não te faria anjo
Se não fosse pra voar.

Quando dói, chora comigo
Lava a alma com as lágrimas.
Estou aqui, sou teu amigo,
Do seu livro, muitas páginas.

Cozinha que é uma beleza!
Como tudo com alegria!
Painel de submarino, caco de telha!
Viva o prato do dia!

Parceira em tudo,
No truco ou na dança.
Divide sempre comigo
O sonho e a esperança.

Lá na frente dois velhinhos,
Dançando no salão.
Por fora, um velho barraco,
No peito, uma grande mansão.

Vestida de trapos de boneca,
Amanhece de volta da soneca
Zumbindo em meu ouvido
Dando bronca no Sol com um sorriso

É assim que, nos meus sonhos, te vejo
Na calma e na luta, sem desespero
Natural, como um queijo
Especial, como um primeiro beijo

É verdade, não sei o seu nome,
Ermelinda, Godofreda, Genoveva,
Antonieta, Gumercinda, Cafúsica,
Para o meu ouvido, será música.

Darei graças a Deus todo dia
Por você também ter defeito,
Caso contrário, não existiria,
Meu presente, meu par perfeito.

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