1 de ago. de 2005

Carta do Adeus



“É estranho pensar em você depois de tudo que aconteceu, principalmente agora que estamos com vidas totalmente diferentes e várias coisas importantes aconteceram. Quando eu olho pra trás e vejo tudo que aconteceu conosco, eu chego a conclusão de que na verdade não perdemos um ao outro, apenas nos distanciamos. Você está dentro do meu coração naquele mesmo lugar que eu reservei no dia que te conheci, e esse lugar cresceu, cresceu e tomou a proporção do que eu sentia por você. E penso que você sente o mesmo, pois em todas as vezes que nos encontramos, sempre levamos aquele susto e temos aquele frio na barriga de adolescentes que viram a esquina e dão de cara com o grande amor.

(...) Foi uma época ótima, e eu errei por pensar que seria para sempre. Claro que era o que eu queria, mas se eu não tivesse agido como se fosse pra sempre, as coisas seriam completamente diferentes, pois eu faria o triplo das coisas que eu fazia para te conquistar todos os dias cada vez mais. E faria poemas mais bonitos do que fazia, e plagiaria os que achava bonitos e diria que eram meus. Eu tenho você e você me tem, mas nos temos na lembrança do que passamos e conseguimos deixar isso real da maneira que queremos e quando queremos, e nunca precisamos inventar ou simular nenhuma situação, apenas lembrar das melhores coisas que fizemos. Lembrar da liberdade que você tinha sobre meu corpo, lembrar de como doía saber que tínhamos discutido (...).

Só que eu deixei debaixo da sua cama toda minha identidade, meus anseios, minhas promessas, meus sonhos, para que você, ao dormir, sentisse toda essa energia e lembrasse de mim com o mesmo carinho que eu lembro de você, apesar de tudo...
Aquele poema está fixado na minha mente como um mantra, e a cada segundo que lembro dele, um turbilhão de imagens suas passa pela minha cabeça e me dá aquele bom e velho frio na barriga e aquela irreparável dor da saudade e da tristeza de não ter você por perto, dormindo com aquele travesseiro que eu roubava para sentir seu perfume. E esse amor mudou de nome, ele agora se chama "respeito, admiração e saudades", e reside no mesmo lugar onde você o deixou para seguir a vida que você planejava (...).

Mesmo sabendo da nossa distância, tenho você no coração e espero que um dia possamos ter de volta a base de tudo que tivemos: uma grande amizade e uma cumplicidade sem tamanho.”


*** A "Carta do Adeus" foi escrita por Luiz Guilherme Amaral e postei alguns trechos aqui por ter achado linda a maneira de "simplesmente" dizer adeus com tanto amor. Ele foi "apresentado" a mim pelo meu saudoso professor de Filosofia!! =)

Luiz Guilherme Amaral é estudante de Comunicação Social da Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação - ESAMC em Sorocaba (SP). Reside em Mairinque, interior de São Paulo e além de escrever, também realiza trabalhos na área de Comunicação Social como locutor e redator. Apaixonado pela música tal como pelas palavras, é baterista desde os 15 anos de idade, tocando música popular brasileira esporadicamente em bares e restaurantes e lecionando aulas sobre o instrumento.

Colabora com o site www.opiniaoeinformacao.com.br e suas poesias e crônicas são publicadas no www.poesiaeprosa.blogspot.com e no www.queroserombudsman.blogspot.com.

Um comentário:

Anônimo disse...

Magnífico!