9 de jul. de 2007

Mania de ser criança...



E nessa minha mania destramelada de viver, de acreditar nas pessoas, de me divertir assistindo Procurando Nemo pela 18ª vez, de tomar sorvete e me lambuzar inteira, de morrer de cócega em qualquer parte do corpo, de usar melissinhas, de ser viciada em Imagem&Ação e sinais para surdos e mudos, de morrer de vergonha no primeiro encontro, de preferir lápis à lapiseira, de detestar andar de ônibus sozinha, de ter medo de barata, de me importar com tudo que penso e sonho mesmo que somente eu o faça, de ser tagarela e falar alto, de não conseguir falar baixo, de amar os ursos de pelúcia, de acreditar nos 3 r’s – reutilize, reduza, recicle - e no trabalho voluntário, de não trocar por nada uma consciência limpa e um coração tranqüilo, de não entender a futilidade humana e suas revistas femininas – e masculinas, de me revoltar com a internacionalização da Amazônia e com o INSS, de ser apaixonada por velhinhos, livros, fotos e animais, de querer comer todos os chocolates do mundo e passar um dia inteiro assistindo desenhos pouco me importando para o que isso possa me acrescentar, de ser estabanada demais, teimosa demais e atrapalhada demais, de não conseguir parar quieta e não saber lidar muito bem com opiniões avessas, de sonhar com as fábulas, bicicletas voadoras, camas-elásticas e quatro filhos felizes, de amar o frio, o calor, um abraço e um açaí, de agir com sinceridade e dedicação, de sonhar em conhecer o fundo do mar e os revolucionários - e aprender com eles -, de gostar de atenção e carinho e manter a hipocrisia bem distante, de fazer perguntas que ninguém sabe responder, de achar que o sorriso é o código do perdão, da alegria, da cumplicidade, da sinceridade e da satisfação, de achar que entendo a introspecção e de me empolgar com as coisas novas, de amar tomar banho de chuva e sonhar olhando pra lua, de sujar o dedo inteiro de esmalte tentando pintar a unha, de tirar todas as azeitonas da pizza e o picles do sanduiche, de subir em árvores, sentar no chão e fazer piquenique aos feriados, de andar descalça, de saber que meu pai é um herói, de adorar futebol e aprender com o meu irmão as táticas, impedimentos e alguns golpes de judô, de deixar minha mãe maluca com a minha criatividade na cozinha e mesmo assim, ainda ser a melhor amiga dela, de querer fazer tudo e ao mesmo tempo, sem nem saber como começar, de amar fazer careta em fotos formais, de fazer festas do pijama e guerras de travesseiro, de amar escrever sobre o que sinto, de viajar em poesias, cartas e músicas antigas, de tentar, em vão, fingir que entendi a piada, de dançar do meu jeito, de acreditar em dias melhores com pessoas menos interesseiras e egoístas, de não conseguir compreender a desigualdade social, o horário político e os logaritmos, de chorar com gritos, crianças e cães abandonados, de saber que o problema de todas as pessoas é infinitamente maior e mais profundo do que eu posso imaginar, de não fazer idéia do que é melhor para mim e por isso falar com Deus todos os dias e em todo tempo, e de não desistir de mostrar para quem está perto o amor que ele tem, a vida vai passando, a maturidade vai chegando, e ela, a mania, fica. Pensando bem, quero que seja sempre assim!

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