Não entendo.
Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender.
Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras.
Sinto que sou muito mais completa quando não entendo.
Não entender, do modo como falo, é um dom.
Não entender, mas não como um simples de espírito.
O bom é ser inteligente e não entender.
É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida.
É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.
Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco.
Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.
(Clarice Lispector)
[parte de] ser mulher
-
ao nascer
ao crescer
no viver em sociedade
uma cobrança sem filtro
de si
e dos outros
uma insegurança diária
na rua
e na alma
o cansaço sem fim
da infinid...
Há 6 anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário